Muito se fala, mundo afora, sobre os benefícios da meditação. Mas, afinal, o que é meditação pra você?
Assim começamos nossas reflexões e cada participante expôs qual sua relação com essa prática.
Em verdade, o que poucas pessoas sabem é que existe uma grande variedade de práticas meditativas. Pesquisando sobre como a ciência qualifica os tipos desta atividade, em síntese, pode-se verificar que, genericamente, a enquadraríamos nas seguintes categorias e respectivos exemplos:
Atentiva – Concentração, Focar na respiração, Observação atenta, Mantras;
Construtiva – Bondade Amorosa
Desconstrutiva – Insight – Auto-observação para penetrar na natureza da experiência, Cognição comum não predomina
Os cientistas já descobriram que cada modalidade traz uma gama de benefícios específicos ao praticante, portanto, não se concebe fechar o conceito de meditação para uma única categoria, tampouco para um tipo.
Para não ficar somente com a teoria, o grupo realizou três exercícios de meditação, quais sejam:
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Foco na respiração
- Os participantes relataram que sentiram um relaxamento físico, no entanto, a mente costumava divagar, ao passo que cada um se esforçava para retornar ao foco almejado;
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Mindfulness
- Nesta modalidade fomos convidados a ir além do foco na respiração, deixando os pensamentos e sentimentos virem à mente, no entanto, fomos orientados a deixá-los ir, a não nos vincularmos com eles. Os participantes se sentiram mais à vontade nesta modalidade. A Mindfulness é o tipo de meditação mais difundido no mundo ocidental.
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Bondade amorosa
- Aqui começamos vibrando pelo nosso próprio bem, pelo equilíbrio que almejamos para nós mesmos, em seguida pelas pessoas mais próximas, depois para as neutras e, por fim, para aquelas que temos dificuldade em nos relacionar.
Como estudo dos benefícios da meditação utilizamos o belíssimo livro A Ciência da Meditação – Como transformar o cérebro, a mente e o corpo, de Daniel Goleman e Richard J. Davidson.
Cada integrante escolheu um texto e tinha a incumbência de explicá-lo ao grupo.
Trazemos abaixo os trechos extraídos do livro:
TEXTO 01
Com as primeiras horas, dias e semanas de meditação, diversos benefícios emergem. Para começar, o cérebro dos iniciantes mostram menos reatividade amigdalar ao estresse [a amígdala é uma estrutura cerebral altamente envolvida na manifestação de reações emocionais e na aprendizagem de conteúdo emocionalmente relevante]. Incrementos na atenção após somente duas semanas de prática incluem foco melhorado, menos divagaçoão mental e memória de trabalho aumentada – com uma compensação concreta em notas melhores no exame de admissão para a pós-graduação. Parte dos mais novos benefícios está na meditação compassiva, incluindo conectividade aumentada nos circuitos da empatia. E marcadores para inflamação diminuem um pouco com apenas trinta horas de prática notavelmente modestas, tendem a ser um tanto frágeis e necessitam de sessões diárias para se manter.
TEXTO 02
Para os meditadores de longo prazo, aqueles com cerca de mil horas ou mais de prática, os benefícios documentados até o momento são mais sólidos, com alguns outros acrescentados à mistura. Há indicadores cerebrais e hormonais de reatividade reduzida ao estresse e inflamação diminuída, um robustecimento dos circuitos pré-frontais para administrar o estresse e níveis mais baixos de cortisol, sinalizando menos reatividade a estresse em geral. A meditação compassiva nesse nível traz uma sintonia neural maior com pessoas sofrendo, e maior inclinação a fazer algo para ajudá-las.
Quando se trata de atenção, há toda uma gama de benefícios: atenção seletiva mais forte, lapsos de atenção diminuídos, maior facilidade em sustentar a atenção, uma prontidão ampliada para reagir ao que possa acontecer e menos divagação mental. Junto com menos pensamentos obcecados consigo mesmo vem um enfraquecimento dos circuitos de apego. Outras mudanças biológicas e cerebrais incluem ritmo de respiração mais lento (indicando uma diminuição da taxa metabólica). Um retiro de um dia inteiro reforça o sistema imune e sinais de estados meditativos continuam durante o sono. Todas essas mudanças sugerem a emergência [o afloramento] de traços alterados.
TEXTO 03
Finalmente, há os iogues de nível “olímpico”, que tem uma média de 27 mil horas de meditação ao longo da vida. Eles revelam sinais claros de traços alterados, tais como ondas gama [ondas relacionadas à compaixão, sensação de felicidade, bem-estar, inteligência e autocontrole emocional, e auxiliam no fortalecimento e manutenção da memória, bem como a não perdermos o senso de percepção da realidade] amplas em sincronia entre regiões cerebrais distantes – padrão cerebral nunca visto antes – e que ocorrem também em repouso entre esses iogues com mais horas de prática. Embora mais fortes durante as práticas de open presence [postura atentiva de deixar ir e vir os pensamentos sem que eles interfiram a nível emocional]e compaixão, as ondas gama continuam enquanto a mente está em repouso. Além disso, o cérebro dos iogues parece envelhecer mais vagarosamente, comparado ao de outras pessoas na mesma faixa etária.
TEXTO 04
Outros sinais da perícia iogue incluem interromper e iniciar estados meditativos em segundos e ausência de esforço na meditação (particularmente entre os mais experientes). A reação à dor, também, distingue os iogues: pouco sinal de ansiedade antecipatória, uma reação breve mas intensa durante a dor e depois rápida recuperação. Durante a meditação compassiva, o cérebro e o coração dos iogues combinam-se de uma maneira também nunca vista em outras pessoas. Mais significativamente, o cérebro dos iogues em repouso se assemelha aos estados cerebrais de outros enquanto meditam – o estado se tornou um traço”.
Todos nos sentimos profundamente motivados a inserir esta prática tão salutar à nossa rotina. Alguns membros da Ubuntu já têm relatado como a Meditação vem transformando as suas vidas.
E você, que tal começar a separar uns minutinhos do seu dia para encontrar a paz interior e executar suas tarefas diárias com mais foco e equilíbrio?
Autoria Equipe Pedagógica Ubuntu Vila Educacional
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